Com a proposta de criar ambientes em que educadores vivenciam atividades estimulantes e experimentam metodologias que favorecem a aprendizagem criativa, o projeto “Façamos Nós Mesmos” oferece apoio para o planejamento de práticas e promove a certificação de professores. Abaixo, as fellows Soraya Lacerda e Daniela Lyra, de Brasília (DF), contam mais sobre a iniciativa:
“Iniciamos o projeto com uma pergunta norteadora: como planejar, acompanhar e compartilhar atividades que estimulam curiosidade, discussão e exploração? No “Façamos Nós Mesmos”, buscamos criar ambientes nos quais educadores vivenciam atividades e experimentam metodologias que favorecem a aprendizagem criativa. A ideia inicial sempre foi dar suporte aos educadores que desejam planejar suas próprias atividades, bem como disponibilizar projetos maker, organizados por série escolar do ensino fundamental, em uma plataforma gratuita que ajude a transformar bibliotecas escolares em espaços de aprendizagem.
Inicialmente, atenderíamos 40 professores da rede pública do Distrito Federal em oficinas presenciais e consultoria online, conforme as seguintes fases: 1) sensibilização, com oficinas presenciais para educadores engajados em escolas públicas. Ao fim dessa fase, cada educador desenvolve um plano de implantação de um projeto ou aula maker na sua comunidade escolar; 2) ativação, que inclui a participação no Maker Day Brasil segunda edição para conectar escolas públicas e ecossistemas maker pelo país; 3) compartilhamento, com foco na disponibilização de um portal com recursos maker compartilhados pelos facilitadores e expositores.
Com o projeto, queremos compartilhar com esses educadores algumas das metodologias e design instrucional que usamos nas oficinas para capacitá-los a criarem atividades que estimulem no aluno a sensibilidade pelo design de sistemas e objetos, e a inclinação para serem agentes de seu aprendizado e também de mudança em seu contexto.
Quando viajamos aos Estados Unidos para conhecer o MIT (Massachusetts Institute of Technology), como atividade do Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2019, começamos a ter novas ideias e percepções para nosso projeto. As experiências nos permitiram ser expostas o momentos inspiradores. Isso nos permitiu acreditar no processo iterativo como principal pilar para o desenvolvimento das propostas, além de refletir e redesenhar as experiências com nítida intencionalidade e consistência com os princípios da aprendizagem criativa.
O que mais chamou a nossa atenção durante a viagem foram as visitas ao FabLab #1 e à escola Acera. Essas iniciativas nos tocaram por mostrarem como ideias simples podem funcionar de forma sistêmica e estruturada. As discussões e interações com os atores das iniciativas também foram importantes para abrir horizontes para ajustes ao nosso projeto. Sem falar na mostra interativa, com uma audiência genuinamente interessada nos projetos. Foi incrível ouvir os feedbacks, com colocações e comentários pertinentes.
Mudamos o formato da atuação do nosso projeto com o desenho das certificações. Ministramos duas sequências de formações com professores – a Certificação de Educador Maker e o STEAM Criativo para Educadores. O nosso intuito não foi fazer um estudo comparativo entre elas, mas sim entender na prática o que consideramos ideal dentro das nossas possibilidades.
Os professores alunos estão entregando os planos e projetos. Agora estamos lendo para dar feedback e começar a parte de mentoria e iteração dos programas. A sensação é que os professores estão muito engajados, e mesmo aqueles que já usam conceitos da Aprendizagem Criativa se beneficiam do ecossistema. Nos sentimos certas dos princípios fundamentais do projeto.
Agora, nossos próximos passos são: finalizar os feedbacks e mentoria para os professores que fizeram as formações (o STEM Criativo da SEEDF entra na fase da mentoria agora em agosto); compartilhar as narrativas mais poderosas no site do makerspace e se possível no site da Rede de Aprendizagem Criativa; comparar as duas certificações – iterar, testar e validar a melhor metodologia; articular com a Embaixada, os Espaços Americanos e/ou outras instituições que serão nossas parceiras para levar a formação para outras cidades; trazer multiplicadores das instituições escolhidas para uma imersão no makerspace; articular com os MakerEDs – alunos da Certificação de Educador Maker; e desenhar estratégias para os multiplicadores levarem o modelo da imersão para suas cidades e retroalimentarem os sites vinculados a esse projeto com mais narrativas.
Fonte: Por Vir